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DICAS PARA ESCREVER BEM
Muitas pessoas me questionam sobre como escrever corretamente, escrever bons textos, principalmente redações que possam garantir uma boa colocação em concursos ou em vestibulares da vida.  Diante da difícil pergunta - como escrever bem? -, com tantas variáveis possíveis, eu diria que ninguém aprende a escrever bons textos sem ler excelentes textos. Eis a primeira questão. Um escrevente (ou até mesmo um escritor, jornalista, redator) que não tem o hábito de ler, é medíocre. Como a média do brasileiro é a singela marca de 02 (dois) livros por ano, a dificuldade com a escrita tende a persistir. Nos países mais desenvolvidos esse percentual sobe para 12 (doze), 14 (quatorze) livros por ano, o que faz com que problemas com o letramento do indivíduo sejam mínimos.

Então, se o sujeito quiser aprender de verdade e progredir de alguma forma comece com o salutar ato da leitura. Leia de tudo um pouco, não se preocupe em misturar os gêneros, os meios, as situações.
Mas, se não tem paciência, não consegue se concentrar, comece por textos simples, fáceis, que dê prazer, como os gibis, charges, anedotas, páginas de esporte, fábulas, lendas, etc. Depois vá evoluindo para algo mais elaborado, como as boas reportagens, enciclopédias, sites jornalísticos, revistas semanais de todas as áreas, romances, livros de poesia, paradidáticos. Por fim, quando já estiver tomado gosto pela coisa, pegue os livros mais densos, mais profundos, como os que tratam de teoria, os livros literários universais, ensaios, textos filosóficos.

Essa pequena lista não trata de criar um cânone ou um manual de regras fixas. Como dizem os mais velhos: cada cabeça é um mundo. Só estou querendo elaborar um pré-roteiro que, sendo professor, indicaria para estudantes interessados em burilar a sua expressão, verbal ou não-verbal. Alguns podem discordar, indicando diversas outras formas de iniciar a sua competência leitora.

Passada essa etapa inicial, de formação do leitor, a segunda questão é: não tenha preguiça de começar a escrever. Infelizmente não há outra forma, escrever se aprende escrevendo! Escreva tudo, tudo o que quiser e vier na cabeça: se quiser fazer o resumo de algo que leu, faça; uma carta para um parente, um amor, um amigo distante, faça; uma dissertação comentando algum fato do noticiário, faça; uma crônica sobre um acontecimento banal da vida, faça. Treine, redija, materialize o seu pensamento. Se tiver alguém que possa corrigir, entregue. Refaça o texto corrigido. Devolva ao corretor. Se vier com correções, refaça novamente. Dessa forma, todos aprenderão e não terão dúvidas sobre qualquer aspecto textual.


É isso. Não há vitória sem esforço, não há ponto de chegada sem objetivo, não há perfeição sem treino, exercício e suor. Vejam o que fazem os atletas olímpicos, os escritores profissionais, enfim, toda pessoa que se propõe a ser bom em alguma coisa: eles têm metas e lutam durante horas, dias, meses, anos para conseguir realizá-las.
Gustavo Atallah Haun - Professor.

DICAS PARA ESCREVER BEM II

Muitas pessoas imaginam que para escrever um bom texto tem que entender tudo da gramática normativa, de frente para trás. Ledo engano. A decoreba de regras e leis gramaticais, muitas vezes obsoletas, arcaicas, não fará com que a pessoa saiba redigir um texto arrepiante ou com emoção; poético ou rico em informações.


Saber de cabeça todas as preposições ou decorar todas as conjugações verbais, como ensinavam as nossas antigas professoras de português, não tem grande importância na construção de uma redação, a não ser pelo fato de conhecê-las formalmente. Mas na hora em que escrevemos, de maneira alguma pensamos: agora vou pôr essa preposição aqui, lá adiante vou usar aquela conjugação, acolá vou enfiar tal pronome.

Nos primeiros anos de vida já sabemos nossa gramática, ela está internalizada na memória dos falantes da língua materna. Jamais ouviremos uma criança, letrada ou não, dizer coisas do tipo: “João comeu peixe o” ou “João comeu a peixe”. Ela falará: “João comeu o peixe”, mesmo sem entender conscientemente de concordância nominal ou que o artigo aparece antes do substantivo. Isso ela já sabe pelo convívio com seus semelhantes, ninguém a ensinou.


Os verdadeiros estudiosos da linguagem afirmam que o que vale é o contexto do enunciado, e não o certo-errado gramatiquês. A língua é como se fosse um guarda-roupa, com trajes adequados para todos os momentos. Horas formais exige linguagem formal; horas informais necessita de linguagem coloquial. Como a roupa que usamos adequada para cada ocasião.

Porém, a escrita, por se tratar de uma convenção, impõe-se de forma autoritária. Em relação à ortografia, por exemplo, se oralmente tanto faz a gente falar esselentchi, esselente, esselenti, só podemos “segundo a norma” escrevê-la deste modo: excelente. É a forma redigida entendida de norte a sul do país.


Saber regras gramaticais irá ajudar o escrevente a utilizar a linguagem formal, portanto culta (socialmente aceita!), nos momentos apropriados. Entretanto, não fará ninguém escrever um belo texto, que, na verdade, deve ser tentado com a prática, com os exercícios constantes, com o sangue e, sobretudo, com muita leitura de bons textos, como clássicos da literatura universal, textos filosóficos, ensaios, boas reportagens, entre tantos outros.


Quem acompanha essas linhas pode ter notado muitos erros, derrapagens na parte gramatical ou estilística da escrita. Um exemplo, no parágrafo anterior foi utilizado por três vezes a palavra “texto”, uma repetição imprópria, inadequada, pobre, para uma língua tão rica como a portuguesa. Poderia ser escrito: redação, conjunto de palavras, compêndio, manifestação verbal, prosa, manifestação lingüística.

Perceba quantos sinônimos, quanta riqueza para ser expressa! Basta que para isso tenhamos leituras prévias, objetivo e consciência do que queremos quando estamos escrevendo algo. O que urge é acabarmos de uma vez por todas com este pânico do papel em branco (ou tela) e da caneta (ou teclado): escrever só se aprende escrevendo!

DICAS PARA ESCREVER BEM III

Existem diversos aspectos que se devem levar em conta quando se está querendo aprender a arte da escrita. Dois deles são a coesão e a coerência, muitas vezes confundidas entre si e mal ensinadas por aí.Quando temos algo para escrever devemos ter uma meta o que queremos atingir, escrever sem objetivos é para poucos, talvez poetas e prosadores profissionais abstracionistas, non sense. Ter uma meta é fundamental, pois a partir disso é que se pode traçar uma estrutura, linear ou não, do que se quer dizer.

Aqui entra a coerência, a não-contradição das idéias, dos fatos. Por exemplo, se estiver escrevendo uma narração e afirmo que a personagem saiu de casa sem dinheiro, não posso relatar adiante que ela pagou algo com dinheiro, seria incoerente. A não ser que algum fato tivesse acontecido: alguém emprestou ou achou no chão. Se estiver redigindo uma dissertação não posso dizer que a religião transforma o homem, modela o seu caráter, transforma o seu íntimo e no final afirmo que a religião não muda ninguém. 

Acontece o mesmo quando ouvimos alguém falando “fulano é uma pessoa incoerente”, ou seja, seus atos e atitudes não condizem com o que ele fala, prega. E quantas vezes nós não nos deparamos com sujeitos incoerentes na vida? Que digam os políticos brasileiros!

Por outro lado, o texto deve ser escrito com todas as partes em harmonia, sem que nada esteja destoando. É então onde entra a coesão, que significa elo, conexão. Existem a coesão macrotextual (harmonia do texto completo, como um todo), paragrafal (ligação, sintonia, entre os parágrafos), textual (elo entre as frases que compõem os parágrafos) e microtextual (conexão entre as palavras de uma oração). Se houver harmonia entre todas essas partes, a redação estará bem escrita, sem problemas. 

Quando ouvimos a frase “aquela é uma família coesa”, estamos dizendo que aquela família é unida, sem conflitos. Da mesma forma deve ser o texto, unido entre todas as partes que o compõe, sem redundâncias, ambigüidades, sem conflitos de ordem estética, gramatical, estilística ou estrutural.
Por isso a necessidade de sempre mostrar a composição a um revisor, alguém habilitado para corrigir, solicitar mudanças, indicar melhores caminhos, enfim, dar uma olhada com certa distância, sem a paixão de quem escreveu (que geralmente não enxerga os próprios deslizes), até que o escrevente tenha segurança suficiente para caminhar sozinho. 

Obedecendo a esses dois aspectos, além de se aprofundar mais no assunto com a teoria devida e com os exercícios, é certo que a coerência e a coesão irão brotar fácil na sua labuta literária. Sem esquecer que a primeira está relacionada com o sentido, com a idéia do que se quer dizer; já a segunda se relaciona com a estrutura do texto, com as partes materializadas em perfeita ordem.

DICAS PARA ESCREVER IV

Existem três tipos chamados de textos básicos: a narração, a descrição e a dissertação. Cada um tem suas especificidades, seus objetivos e seu conteúdo próprio. O domínio desse trio textual fará com que o escrevente saiba redigir qualquer redação, em qualquer lugar e momento. 

A narração, como o próprio nome diz, narra uma ação, ou seja, conta uma história, através de um narrador [que não tem nada a ver com o autor do texto], e contém como elementos: as personagens [principais(protagonista e antagonista) e secundários], o tempo [quando se passa a história], o espaço [lugar(es) onde se desenrola a narração] e o enredo, que é a espinha dorsal do texto, os fatos ou os acontecimentos, distribuídos estruturalmente em quatro partes: apresentação, complicação, clímax e desfecho. As novelas, os filmes, os contos, os romances, as fábulas, lendas, mitos são exemplos de textos narrativos. 

Já a descrição, obviamente, descreve algo, quer dizer, através de um observador, é feito o detalhamento verbal de seres, objetos e lugares. Tem como característica principal fotografar verbalmente o que está sendo descrito, fazer o interlocutor imaginar, ter idéia do que está sendo esmiuçado. É também chamado de texto figurativo. É normal aparecer a descrição no início dos romances ou contos, quando está sendo apresentado o local ou as personagens. Nesse caso, temos um texto misto, uma mistura de narração e descrição.

O texto dissertativo, por sua vez, é um texto opinativo, requer de quem o redige conhecimentos prévios do mundo e espírito crítico, ponto de vista e bom poder de persuasão. A coerência e a coesão são tidas como regras de ouro na dissertação. O conteúdo geralmente é uma ideia, uma tese, uma opinião, um tema da atualidade. Pede-se ao escrevente um espírito debatedor para convencer quem o lê do seu poder de argumentação. É o texto mais cobrado em concursos e vestibulares justamente por oferecer essa necessidade de discussão, de domínio de assuntos, para se ter um aluno antenado, não um agente alienado e passivo da realidade.  

Além deles, há entre tantos outros os gêneros textuais em forma de missiva [ou textos epistolares, cartas] e os jornalísticos. No caso em questão, os dois podem ser considerados uma instância superior, além, dos três citados acima, pois aqueles são tipos textuais e não gêneros, já que numa carta podemos narrar um fato, descrever o nascimento de um bebê, opinar sobre a conta de luz que veio alta demais. Assim como podemos escrever uma dissertação em um artigo de opinião para o jornal ou ler uma narração verídica na página policial.


Enfim, seja como for, todos os três textos básicos têm em comum a necessidade do treino e de boas leituras. Sempre! Treinar, ler, pesquisar e escrever é necessário, pois só com o tempo, aprimorando as técnicas, tendo contato com outras grandes redações, o sujeito vai crescer, deslanchar, nessa arte por vezes árdua que é a escrita. Afinal, nenhuma vitória acontece sem esforço, sem dedicação, sem vontade de vencer!        
Gustavo Atallah Haun - Professor.

Fonte:   http://oblogderedacao.blogspot.com.br/2011/09/dicas.html



Professora Fernanda.

Caros alunos do 2º ano, conforme combinado posto o trabalho sobre duas obras importantes que se consagram na história do mundo ocidental, O Príncipe de Nicolau Maquiavel e Utopia de Thomas Morus. Antes da pesquisa e análise devemos conhecer alguns conceitos que permeam a obra de Maquiavel, Virtu (que não se confunde com virtude) e pode ser definido como sendo a atitude de fazer o que for preciso diante de uma necessidade, sendo essa atitude efetiva para alcançar seus objetivos. Somente um homem virtuoso pode ficar livre da fortuna,da sorte, ou qualquer outra contingência que escape do controle do príncipe. Trata-se de um pensamento fortemente ligado ao meio hostil da política, das guerras, das disputas de poder. É essa realidade, que deu origem a uma teoria política prática, que Maquiavel transmite em forma de ensinamentos pronunciados de forma imperativa. Leia um trecho de O Príncipe, de Nicolau Maquiavel:
Resta ver agora quais devam ser os modos e o proceder de um príncipe para com os súditos e os amigos (...). Em verdade, há tanta diferença de como se vive e como se deveria viver, que aquele que abandone o que se faz por aquilo que se deveria fazer, aprenderá antes o caminho de sua ruína do que o de sua preservação, eis que um homem que queira em todas as suas palavras fazer profissão de bondade, perder-se-á em meio a tantos que não são bons. Donde é necessário, a um príncipe que queira se manter, aprender a poder não ser bom e usar ou não da bondade, segundo a necessidade. Nasce daí uma questão: se é melhor ser amado que temido ou o contrário. A resposta é de que seria necessário ser uma coisa e outra; mas, como é difícil reuni-las, em tendo que faltar uma das duas é muito mais seguro ser temido do que amado. Isso porque dos homens pode-se dizer, geralmente, que são ingratos, volúveis, simuladores, tementes do perigo, ambiciosos de ganho; e, enquanto lhes fizeres bem, são todos teus, oferecem-te o próprio sangue, os bens, a vida, os filhos, desde que, como se disse acima, a necessidade esteja longe de ti; quando esta se avizinha, porém, revoltam-se. E o príncipe que confiou inteiramente em suas palavras, encontrando-se destituído de outros meios de defesa, está perdido: as amizades que se adquirem por dinheiro, e não pela grandeza e nobreza de alma, são compradas mas com elas não se pode contar e, no momento oportuno, não se torna possível utilizá-las. E os homens têm menos escrúpulo em ofender a alguém que se faça amar do que a quem se faça temer, posto que a amizade é mantida por um vínculo de obrigação que, por serem os homens maus, é quebrado em cada oportunidade que a eles convenha; mas o temor é mantido pelo receio de castigo que jamais se abandona. Deve o príncipe, não obstante, fazer-se temer de forma que, se não conquistar o amor, fuja ao ódio, mesmo porque podem muito bem coexistir o ser temido e o não ser odiado: isso conseguirá sempre que se abstenha de tomar os bens e as mulheres de seus cidadãos e de seus súditos e, em se lhe tornando necessário derramar o sangue de alguém, faça-o quando existir conveniente justificativa e causa manifesta. Deve, sobretudo, abster-se dos bens alheios, posto que os homens esquecem mais rapidamente a morte do pai do que a perda do patrimônio. (...) Quando seja louvável em um príncipe o manter a fé (da palavra dada) e viver com integridade, e não com astúcia, todos compreendem; contudo, vê-se nos nossos tempos, pela experiência, alguns príncipes terem realizado grandes coisas a despeito de terem tido em pouca conta a fé da palavra dada, sabendo pela astúcia transtornar a inteligência dos homens; no final, conseguiram superar aqueles que se firmaram sobre a lealdade. Deveis saber, então, que existem dois modos de combater: um com as leis, o outro com a força. O primeiro é próprio do homem, o segundo, dos animais; mas, como o primeiro modo muitas vezes não é suficiente, convém recorrer ao segundo. (...) Necessitando um príncipe, pois, saber bem empregar o animal, deve deste tomar como modelos a raposa e o leão, eis que este não se defende dos laços e aquela não tem defesa contra os lobos. É preciso, portanto, ser raposa para conhecer os laços e leão para aterrorizar os lobos. Aqueles que agem apenas como o leão, não conhecem a sua arte. Logo, um senhor prudente não pode nem deve guardar sua palavra, quando isso seja prejudicial aos seus interesses e quando desapareceram as causas que o levaram a empenhá-la. Se todos os homens fossem bons, este preceito seria mau; mas, porque são maus e não observariam a sua fé a teu respeito, não há razão para que a cumpras para com eles
. Responda: a) Porque, de acordo com Maquiavel, um príncipe não pode agir somente de maneira bondosa? b) Como Maquiavel define a natureza humana? c) Em que situações Maquiavel acredita que os seres humanos devem agir como "animais"? Quais animais ele acredita que são "modelos" para as condutas humanas? Por quê? Depois de realizada essa análise da Obra de Maquiavel, pesquise sobre ele e também sobre Thomas Morus e sua obra Utopia e responda as seguintes questões: 1. Por que Morus chamou sua ilha de "Utopia"? 2. Thomas Morus foi executado por Henrrique VIII, um dos principais admiradores de Maquiavel. Quais são os pontos de vista defendidos sobre o poder e o dinheiro nos textos de Maquiavel e Morus? 3. Quais são as principais críticas que Thomas Morus fez ao contexto inglês de século XVI, ao descrever a ilha de Utopia? 4. Que contexto da Península Itálica durante o século XVI levou Maquiavel a escrever O Príncipe? Segue sugestões de alguns sites para pesquisa: htp://sociologiadaeducacao.blogspot.com/2005/06/texto-2-sociologia-pr-cientifica.html Desejo à todos um bom trabalho, Professora Fernanda.





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